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Feijoada vegetariana brasileira

by 18 de Abril de 2020

Os dias cinzentos da semana passada continuaram a chamar por pratos quentes e decidi ir buscar inspiração ao nosso país-irmão para criar esta feijoada vegetariana ao estilo brasileiro. Aqui em casa consumimos muito feijão preto, adoramos aliás, mas costumamos prepará-lo de forma simples, apenas refogado com cebola e sem nada à mistura. Já aqui disse noutros posts que desde que aprendi o segredo do feijão preto com uma brasileira, que gostamos ainda mais! 

Porém a semana passada tinha tofu fumado e decidi fazer um prato diferente e mais rico, recriando a tradicional feijoada à brasileira que eu por sinal adorava, servida com banana frita, couve salteada e farofa… Que maravilha!

O tempero ficou ótimo e o sabor suficientemente distinto do do feijão que costumo fazer. Adicionei aqui um ingrediente que acho que fez toda a diferença no sabor: o vinho branco. De resto foi tudo muito básico em termos de temperos como depois irão ver. Não usei sal nenhum porque já tinha cozido o feijão com sal e não senti necessidade. Aqui em casa usamos muito pouco sal.

Podem fazer apenas com vegetais, sem usar tofu, ou podem usar seitan e/ou chouriço vegetariano se preferirem e quiserem uma aproximação mais fiel ao prato tradicional.

A nossa feijoada vegetariana brasileira foi acompanhada com tudo a que tínhamos direito: arroz basmati, farofa (farinha de mandioca frita em azeite), couve galega salteada e foi servida com rodelas de laranja.

Vamos lá então à receita sem mais demoras.

Ingredientes

Para 4 pessoas

  • 3 chávenas de feijão preto previamente demolhado e cozido (500g)
  • 1 chávena de água/caldo da cozedura do feijão (240ml) + água qb 
  • tofu fumado (100g)
  • cogumelos marron laminados (150g)
  • 2 cebolas grande partidas em quartos de lua (220g)
  • 1 alho francês pequeno (40g)
  • 1 cenoura partida em rodelas (110g)
  • pimento vermelho partido em pequenos quadradinhos (40g)
  • 2 alhos esmagados e picados (10g)
  • 1/3 de chávena de vinho branco (80ml)
  • 3 folhas de louro
  • 2 – 3 colheres de chá de alho em pó (dependendo do gosto)
  • pimenta preta a gosto
  • rodelas de laranja a gosto para servir
  • azeite qb para o refogado

 

Como se faz a feijoada vegetariana brasileira?

  1. Num tacho doura-se a cebola com o alho francês e as folhas de louro em azeite e, quando esta estiver translúcida, adicionam-se os alhos e doura-se mais um pouco.
  2. Coloca-se o pimento vermelho e continua-se a refogar (2 min.), depois os cogumelos e temperos (pimenta e alho em pó) e deixa-se cozinhar mais um pouco para os cogumelos libertarem a água (3 min.).
  3. De seguida junta-se o vinho branco, tapa-se e deixa-se mais um pouco a apurar (3 min.).
  4. Coloca-se a cenoura, o tofu e o feijão preto já cozido, cobre-se com água/caldo, retificam-se temperos (alho em pó, pimenta e sal caso usem) e deixa-se ferver.
  5. Depois coloca-se no mínimo e deixa-se apurar mais um pouco.
  6. Aguarda 5 minutos tapados e está pronto para servir com umas rodelas de laranja.

Como fazer aguarelas caseiras

by 15 de Abril de 2020

Hoje trago um daqueles artigos que adoro, um DIY (“Do it Yourself”) ou em bom português: “Faça você mesmo”. Nesta fase de confinamento que todos estamos a viver, criatividade passou a ser a palavra de ordem. Com miúdos em casa a tempo inteiro a precisar de atenção, com trabalho em fila de espera até à noite, com a lida doméstica a ter de ser feita, não está fácil para ninguém, tenho a certeza.

Quem tem miúdos pequenos tem mesmo de se reiventar para os manter ocupados e para conseguir fazer o que tem de ser feito, tentando no meio disto tudo manter a sanidade mental. Por aqui fazemos um pouco de cada:

Por um lado brincamos muito com eles e fazemos atividades, por outro lado também os pomos a fazer coisas connosco, e assim se vai passando o tempo da melhor forma possível e todos saímos a ganhar.

Outra coisa que resulta muito bem é fazer algo com eles que sirva para depois usarem/brincarem, como é o caso destas aguarelas caseiras.

Temos imenso material de desenho, tintas, guaches, aguarelas, pincéis e afins mas deixámos tudo lá em cima no Norte. Como aqui a maior parte das atividades eram feitas na escola, em casa só temos mesmo o básico para fazerem umas pinturas e uns desenhos. Não me apetecia estar a gastar dinheiro a comprar mais aguarelas para ficar com 3 ou 4 caixas daquelas-que-nunca-mais-vão-acabar.

Foi então que decidi por-me a pesquisar como fazer aguarelas caseiras e encontrei algumas receitas. Tinha todos os ingredientes em casa com exceção da Maizena, que fui comprar e que também já usei para fazer outras experiências.

Algumas notas antes de fazerem as aguarelas caseiras:

  • Sobre os ingredientes – São ingredientes comuns que normalmente temos em casa, talvez o menos comum seja o corante alimentar (eu por acaso tinha). A receita original usava xarope de glucose e ensinava a fazer em casa: basta adiciona uma chávena de café de açúcar a meia chávena de café de água, levar ao lume até ferver e dissolver o açúcar. Deixa arrefecer antes de utilizar. 
  • Sobre a  receita – É bem simples, só juntar tudo, mexer e colocar em recipientes e eles podem ajudar a fazer que é a melhor parte. Ficam sempre muito entusiasmados e depois muito ansiosos para ver o resultado final.
  • Sobre os recipientes – Para armazenar usei uns frasquinhos de amostras de cremes que guardo sempre, a maior parte deles com tampa, mas também reutilizei tampas de garrafão. Lembrei-me que também se pode usar caixas de lentes de contacto. Quem compra líquidos de lentes sabe que cada frasco traz uma caixa de lentes, um autêntico desperdício, mas que até pode ter uma segunda vida nesta situação.
  • Sobre as cores – Usei corantes alimentares em bisnaga que tinha ainda por abrir. Tinha comprado com o intuito de usar em plasticinas caseiras há já imenso tempo, mas estavam em fila de espera porque a plasticina que eles têm dura e dura. Também pensei em usar especiarias mas tive medo que não misturasse bem e decidi não inventar. Usámos 4 cores, que eram as que tínhamos e a partir delas criámos mais umas quantas. A paleta de cores que conseguimos criar é a que vêem na foto. Se quiserem cores mais fortes, adicionem mais corante. Notámos que algumas das nossas cores ficaram um pouco pigmentadas, parecia que o corante não misturava bem (nomeadamente o amarelo), mas isso depois não se refletiu na cor, que acabou por ficar homogénea.
  • Sobre o armazenamento – As aguarelas têm de ficar tapadas por isso mesmo que usem tampinhas de garrafão, terão que ter uma caixa onde as conservar fechadas.
  • Sobre o tempo de espera – O resultado neste caso demora 48h. Este foi o único senão que encontrei: as aguarelas caseiras têm de ficar a secar ao sol durante dois dias. Os miúdos estavam ansiosos 

aguarelas caseiras

E pronto, aguarelas prontas, miúdos contentes e orgulhosos do seu próprio feito, e de há dois dias para cá que só querem pintar! Vamos lá então à receita sem mais demoras.

Vão precisar de :

  • 1 colher de sopa de vinagre branco
  • 1 colher de sopa de agave (a receita pedia xarope de glucose de glucose mas eu usei o que tinha)
  • 2 colheres de sopa e bicarbonato de sódio
  • 1 colher de sopa de farinha Maizena
  • 1 recipiente de vidro
  • 1 batedor de varas
  • corante alimentar (várias cores)
  • palitos (para misturar o corante)

Como se fazem as aguarelas caseiras?

  1. Numa taça de vidro junta-se o bicarbonato de sódio com o vinagre e mistura-se. O preparado vai borbulhar, fruto da reação do vinagre com o bicarbonato, e nesta altura eles também vão adorar ver. Acrescenta-se o xarope de glucose e o amido de milho e bate-se muito bem até ficar com um aspeto homogéneo.
  2. Distribui-se a mistura pelos recipientes, enchendo-os apenas até metade.
  3. Deita-se algumas gotas de corante em casa recipiente e mistura-se muito bem com um palito.
  4. Colocam-se as aguarelas ao sol durante dois dias. Depois de secas, é só juntar um pouco de água com o pincel e começar a pintar.

Sopa de lentilhas e cogumelos com miso

by 13 de Abril de 2020

A semana passada estiveram dias cinzentos e chuvosos de Primavera que claramente pediram pratos de conforto. Voltámos às sopas, desta vez uma das minhas favoritas. Um verdadeiro 2 em 1 porque esta sopa, ou caldo, corretamente falando, é super completa, uma autêntica refeição com tudo o que precisamos em termos nutricionais: hidratos de carbono, proteínas, vitaminas, sais minerais e ainda um probiótico: o miso.

Criei esta receita com base numa sopa deliciosa de lentilhas que a minha empregada de Malta fazia. A Cirlene uma pessoa incrível, tão meiga e tão doce, que apareceu no meu caminho. Além de me ajudar a tratar da casa, tratava também do Benjamim enquanto trabalhávamos, ainda para mais, estando a viver fora e sem apoio familiar, era com ela que podíamos contar sempre. No meio disto, e numa ilha onde se falava inglês e maltês, tive a sorte de me cruzar com uma pessoa que falava português, ela era brasileira. Criámos uma relação afetiva muito próxima e ainda hoje mantemos o contacto.

Tenho saudades das segundas-feiras quando chegava a casa do trabalho e ela nos deixava o jantar preparado: uma panela de sopa de lentilhas, um tacho de arroz e outro de feijão preto preparados pela mão de uma verdadeira brasileira. O miúdo pronto e de banho tomado e eu livre para brincar com ele sem ter de me preocupar com mais nada até o deitar. 

Foi com ela também que aprendi a fazer um verdadeiro feijão preto à brasileira! Um dia destes partilho convosco. 

A receita da Cirlene era uma simples sopa de lentilhas verdes, bastante bem temperada com especiarias e tinha um truque que lhe dava um toque final: ela refogava uns alhos à parte e “jogava lá pra dentro”, como ela mesma explicava. A partir da base da sopa de lentilhas dela, eu criei esta que é um autêntico prato completo pois além de lentilhas e legumes, ainda adicionei cogumelos, massinhas e o apontamento final que lhe dá o verdadeiro toque, um probiótico, e que é o ingrediente secreto desta receita: o miso.

No fundo a minha sopa tem pouco a ver com a dela no resultado final, mas serviu-me de inspiração e isso é que importa. 

Ingredientes 

Para 8 pratos de sopa

  • 2 cebolas grandes partidas em quartos de lua (300g)
  • 150g de cogumelos shimeji castanhos (ou pleurotus)
  • 250g de cogumelos Paris laminados (ou cogumelos marron)
  • 3/4 de chávena de lentilhas verdes demolhadas de véspera
  • 12 chávenas de água (aprox.)
  • 1 batata ou 1 curgete ralada (200g)
  • 1 cenoura média partida em rodelas (100g)
  • 1 colher de chá de curcuma
  • 2 colheres de chá de alho em pó
  • 2 folhas de louro
  • pitada de pimenta preta
  • pitada de noz moscada
  • 3 colheres de sopa de miso de cevada
  • azeite para forrar o fundo do tacho
  • pés de coentros inteiros (5g)
  • cebolinho e coentros picados para servir (5g de cada)
  • sementes de abóbora e girassol torradas (opcional)

 

Como se faz a sopa de lentilhas e cogumelos?

  1. Forra-se o fundo de uma panela com azeite, junta-se a cebola e o louro e deixa-se dourar um pouco (2 min). Adiciona-se a curcuma e a pimenta preta, mexe-se e tapa-se um pouco para as especiarias libertarem os seus aromas. Abre-se o tacho e se necessário mexe-se ou junta-se um pouquinho de água, para a cebola não agarrar ao fundo do tacho.
  2. Adicionam-se os cogumelos, um pouco de noz moscada, alho em pó e sal (caso usem). Não abusem do sal porque o miso no final já é salgado!
  3. Quando estiver a ferver junta-se a água e as lentilhas até levantar fervura novamente. Aqui retificam-se temperos por causa da adição da água.
  4. Adiciona-se a curgete ou a batata ralada, a cenoura, os ramos de coentros e deixa-se cozinhar cerca de 20 – 25 minutos ou até às lentilhas estarem macias.
  5. Acrescenta-se a massa e deixa-se cozer até ficar al dente (cerca de 7 min). Nessa altura desliga-se o lume.
  6. Retira-se um pouco de água da sopa para uma taça de vidro e junta-se o miso, mexendo bem para que se dissolva na água. O miso não deve ser cozinhado, sempre colocado no fim pelas suas características probióticas! Junta-se o preparado de miso à nossa sopa, mexe-se bem para incorporar e está pronta para ser servida com coentros frescos, cebolinho e sementes tostadas no prato.

 

Ovos da Páscoa rápidos e sem açucar

by 11 de Abril de 2020

Cá em casa por norma não costumamos festejar a Páscoa. Antes de ter filhos era a altura em que íamos de férias, para aproveitar a quantidade de feriados, sacando mais uns dias, e para usufruir de preços de época (menos) alta. Fazíamos sempre uma viagem de três semanas e eram as nossas férias grandes. 

Este ano, apesar de também não irmos festejar a páscoa, ou seja, será um domingo igual a tantos outros, resolvi preparar uma surpresa para eles. Fiz estes ovos da Páscoa sem açucar que irei esconder no jardim para amanhã de manhã procurarem. À falta da brincadeira da Caça aos Ovos que costumam fazer na escola, decidi fazer algo semelhante de dimensão mais pequena aqui em casa. 

Hoje passei a tarde com eles na cozinha, enquanto um ía desenhando, o outro pintando ou fazendo plasticina, eu dando algum apoio a ambos, fiz o que faltava fazer na lida doméstica e ainda preparei estes ovos da Páscoa rápidos e sem açucar.

Esta receita é muito rápida de fazer, vão precisar apenas de ter os ingredientes, e de 15 minutos no máximo.

Algumas dicas importantes antes de saltarem diretamente para a receita:

  1. Quanto mais processarem a mistura, mais agregada ela irá ficar e mais brilhantes ficarão os ovinhos.
  2. Devem ir abrindo o processador e empurrando a massa aos poucos para baixo com a ajuda de um salazar, pois ela irá colar às paredes, e só depois voltar a bater aos poucos, verificando a consistência frequentemente.
  3. Deixem arrefecer a mistura depois de bater para depois ser mais fácil de moldar os ovos da páscoa, com a massa mais fria.
  4. Usem papel vegetal para colocar os ovos para não colarem ao prato.
  5. Moldem primeiro bolinhas, gastando a massa toda, e só depois façam a forma final do ovo.
  6. Se necessário lavem bem as mãos quando forem fazer a ponta dos ovinhos para a massa não colar.
  7. Levem ao frigorífico para gelarem e não ficarem tão pegajosos.
  8. Embrulhem em papel celofane ou vegetal para garantir que não colam ao recipiente que forem escolher para os colocar/esconder. Eu vou usar frasquinhos de vidro.

Se não têm nada preparado, ainda vão a tempo. Espero gostem e que os vossos miúdos também! Tenham uma boa Páscoa!

Ingredientes 

Para 7 ovinhos 

  • 120g de tâmaras descaroçadas (sem açucar e sem banho de glicose)
  • 60g de amêndoas torradas
  • 1 1/2 colheres de sopa de cacau
  • 1 1/2 colher de sopa de maple syrup (ou outro adoçante líquido à escolha)

Como se fazem os ovos da Páscoa rápidos e sem açucar?

  1. Colocam-se todos os ingredientes num processador de alimentos e bate-se até a massa unir toda. Nota que no início a massa vai ficar toda desintegrada com pequenas partículas, é normal, mas deve-se continuar a bater até ela agregar toda, conforme expliquei na dica número 2.
  2. Moldam-se primeiro as bolinhas, e depois, com as mãos lavadas, estica-se a pontinha e dá-se a forma de ovinhos.

Omelete sem ovos (grão)

by 7 de Abril de 2020

Quem disse que não se fazem omeletes sem ovos está redondamente enganado! Esta omelete faz mesmo lembrar a verdadeira de ovos. Será possível? Sim, é mesmo possível. Como? Usando apenas farinha de grão, uns pózinhos de perlimpimpim e mais dois ou três indredientes. Vamos ver.

Sobre a farinha de grão

Descobri a farinha de grão na Índia, os indianos usam-na muito na sua cozinha, tal como a farinha de lentilhas, e cheguei a tê-la em casa mas não nunca soube muito bem como a usar. Foi na altura em que Malta, numa das minhas sucessivas idas à Sicilia ali ao lado, que a redescobri. Uma das comidas de rua típicas de Palermo, juntamente com outras especialidades fritas, é o panelle, uma espécie de panqueca quadrada/retangular de farinha de grão fininha, que se come tradicionalmente com pão. O panelle também é servido correntemente em muitos restaurantes como entrada, mas os melhores que comi foram mesmo os da rua. Mas a receita de panelle apesar de usar a mesma farinha é um pouco diferente da desta omelete sem ovos, o panelle usa a farinha cozida ao lume para fazer uma massa, que depois se estende e se corta em formas de quadrado ou retângulo, do mesmo modo que se prepara a nossa massa de rissóis.

Da Farinata de Ceci à Omelete de grão sem ovos

Curiosamente nós começámos a usar a farinha de grão para fazer a Farinata de Ceci, um prato típico italiano da Ligúria e da Toscana, mas que é servido um pouco por toda a Itália e até na Sardenha, sob nomenclaturas diferentes. A Farinata de Ceci usa os mesmos ingredientes da massa/polme desta omelete sem ovos, bem simples, com um apontamento de ervas aromáticas, alecrim, e é cozida em forno de lenha.

Nós seguíamos a receita que vinha no pacote da marca da farinha que comprávamos. Depois de experimentarmos uma vez a versão-base, a básica, recriámos várias versões nossas, com os legumes que tínhamos por casa. Normalmente colocávamos tomate seco, folha de beterraba, tomate fresco, espinafres e/ou salsa. A nossa farinata era sempre feita no forno, numa tarteira e ficava um pouco mais alta do que a original, e era ou é deliciosa.

Depois, e dada a farinha de grão ter um sabor tão aproximado ao ovo, fizemos algumas tentativas, falo no plural porque ambos tentámos em momentos diferentes, de fazer algo semelhante na frigideira, mas sem grandes resultados. Nas várias tentativas a nossa omelete sem ovos acabava por partir ao virar ou por agarrar ao fundo. E as razões eram: demasiada massa/polme e frigideira fraca. Há uns dias decidi experimentar noutra frigideira e não podia ter saído melhor. Resultado: omeletes de grão para toda a gente!

Algumas dicas importantes antes de começarem a fazer a omelete de grão:

  1. Vou dar duas versões para fazerem 2 omeletes diferentes. Uma flat e a outra enrolada. A versão flat é a que vêem nas fotos, a versão enrolada nem deu tempo de fotografar. Recheei com queijo vegan Nature & Moi, na falta da minha mozarela fresca de eleição do Petisco Vegan que infelizmente devido á pandemia também não está a produzir. E até que desenrascou muito bem, derreteu e tudo. Parecia mesmo uma omelete de queijo.
  2. Em ambas as receitas eu salteei ligeiramente os ingredientes ao invés de os colocar na polme (farinha de grão + água) e acho que isso ajudou ao resultado final que estava irrepreensível.
  3. Outra dica para esta receita que também já dei em receitas anteriores com a farinha de grão é: usar o sal negro dos Himalaias para um sabor mais aproximado ao ovo.
  4. Finalmente não coloquem demasiada polme, se a vossa frigideira for de diâmetro mais pequeno, é preferível fazer mais do que uma omelete sem ovos, usando apenas a massa suficiente para cobrir o fundo do tacho (cerca de 1cm de altura).

Por fim, não experimentem esta receita:

  1. Se não tiverem uma boa frigideira anti-aderente.
  2. Se não tiverem sal negro e estiverem mesmo a ressacar uma omelete com o verdadeiro sabor do ovo, pois sem ele o sabor não cola tanto ao original, embora seja boa na mesma.
  3. No wok, que também não vai resultar.

 

Ingredientes 

Massa/Polme (para cada omelete)

  • farinha de grão-de-bico (120g)
  • água (160ml)
  • 1 1/2 colher de sopa de azeite
  • 1 colher de chá de curcuma
  • 1 colher de café de sal negro
  • pitada de pimenta preta

Omelete 1

  • 1 cebola partida em quartos de lua (100g)
  • pimento vermelho partido em pequenos quadrados (40g)
  • cebolinho (5g)

Omelete 2

  • 1 cebola picada (100g)
  • salsa picada (5g)
  • queijo vegetal ralado (100g)

 

Como se faz a omelete de grão?

1. Começamos pela massa/polme comum às duas receitas.

Colocam-se todos os ingredientes da massa/polme numa taça e bate-se muito bem com um batedor de varas ou com a ajuda de um liquidificador/processador de alimentos.

2. Para fazer a omelete flat:

Depois da massa/polme pronta (ponto 1).

2.1. Coloca-se numa frigideira anti-aderente um fio de azeite, a cebola e uma folha de louro e deixa-se refogar um pouco (1 min) e junta-se de imediato o pimento deixando refogar levemente por mais 2 minutos. Desliga-se o lume, adiciona-se o cebolinho picado, retira-se o louro e reserva-se.

Vamos ao recipiente onde temos a massa/polme, damos mais uma mexidela para revitalizar a massa e adicionamos os ingredientes do refogado. Envolvemos bem.

Coloca-se a frigideira ao lume, adiciona-se o preparado, espalhando bem até cobrir o fundo da mesma, e tapa-se. Deixa-se cozinhar por uns minutos (3 aprox) e quando a parte de cima tiver absorvido a parte líquida, começa-se a descolar a massa das bordas, a toda a volta da frigideira para perceber se está totalmente descolada e no ponto de ser virada. Vira-se para um prato e depois volta-se a colocar na frigideira, cozinhando por mais 2 a 3 minutos.

omelete de grão

3. Para fazer a omelete enrolada:

Depois da massa/polme pronta (ponto 1).

3.1. Coloca-se numa frigideira anti-aderente um fio de azeite, a cebola e uma folha de louro e deixa-se refogar um pouco (1 min) e junta-se de imediato a salsa, deixando refogar levemente por mais 1 minuto. Desliga-se o lume, retira-se o louro e reserva-se.

Vamos ao recipiente onde temos a massa/polme, damos mais uma mexidela para revitalizar a massa e adicionamos os ingredientes deste refogado e envolvemos bem.

Coloca-se a frigideira ao lume, adiciona-se o preparado, espalhando-se bem até cobrir o fundo da mesma e tapa-se. Deixa-se cozinhar por uns minutos (3 aprox) e quando a parte de cima tiver absorvido a parte líquida, coloca-se o queijo no centro. Começa-se a descolar a massa das bordas, a toda a volta da frigideira para perceber se está totalmente cozinhada por baixo e erola-se a omelete de grão em três partes.

 

 

 

Os benefícios da Beterraba

by 3 de Abril de 2020

 

Hoje trago-vos um artigo sobre a beterraba. Não há muito tempo partilhei aqui um húmus de beterraba delicioso e na altura ficou o mote lançado para escrever um post exclusivamente dedicado a este alimento mega poderoso e excelente aliado na prevenção e tratamento de doenças como o cancro por exemplo. E como tanto se fala em reforço de sistema imunitário atualmente com toda esta situação de pandemia em que vivemos, achei oportuno dedicarmos um tempinho a um dos tubérculos mais poderosos.

A beterraba é um alimento muito versátil, podendo ser consumida crua ou cozinhada, em fatias, ralada, grelhada, cozida, assada ou ainda em sumos. 

Já referi no meu post sobre o húmus de beterraba que foi uma das minhas maiores amigas no combate à anemia nas gravidezes por ser um alimento muito rico em ferro.

Além do poder curativo na alimentação, a beterraba é também um poderoso corante natural que pode ser usado para dar cor a receitas e a outros materiais. Além disso dela também se extrai um dos açúcares mais usados em toda a indústria, o açúcar de beterraba.

Vamos lá conhecer mais de perto este tubérculo e alguns dos principais benefícios da beterraba.

A maior parte das pessoas que conheço não acha grande piada à beterraba e o argumento é sempre o mesmo: “sabe-me a terra”. Eu por acaso adoro o sabor da beterraba, mas para tentar convencer os mais cépticos vamos lá então ver alguns dos benefícios:

  • Contém antioxidantes (carotenoides e flavonoides), minerais (zinco, magnésio, fósforo, potássio e ferro) e vitaminas (A, complexo B, e C).
  • É um excelente alimento para diabéticos pois possui um alto teor de fibras que ajudam a controlar o nível de açúcar no organismo.
  • Tem propriedades anti-inflamatórias, diuréticas, digestivas, sendo também um desintoxicante natural e um potente purificador do sangue.
  • Ajuda a prevenir constipações e melhora a evacuação.
  • É um alimento potente para ajudar a desintoxicar o organismo.
  • Tem um papel importante na manutenção dos tecidos cerebrais.
  • Ajuda na formação dos ossos e regula as funções musculares e nervosas.
  • Promove o descongestionamento das vias urinárias.
  • Fortalece o sistema imunitário.
  • Estimula a produção de glóbulos vermelhos.
  • Estimula a concentração, aumenta a oxigenação do cérebro e diminui riscos de doenças cardiovasculares.

Resumindo e concluindo: a beterraba e tudo de bom!

Sabem porquê que e beterraba tem cor vermelha?

Devido à presença de betaína, um trimetil oriundo do aminoácido glicina. Um dos efeitos fisiológicos dessa metilamina é atuar como um osmólito, aumentando a retenção de água das células, além de proteger as enzimas intracelulares da desnaturação induzida por alta temperatura.

E agora? Depois desta lista já estão mais convencidos a introduzi-la na vossa dieta?

Espreitem aqui algumas receitas feitas com beterraba.

 

 

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